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Domingo, 24 de março de 2024

Política

Bacelar critica retrocessos no MEC e diz que Bolsonaro pratica 'presidencialismo de desleixo'

Deputado comenta dificuldade do acesso à educação para estudantes e professores do país

Bacelar critica retrocessos no MEC e diz que Bolsonaro pratica 'presidencialismo de desleixo'

Foto: Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 04 de agosto de 2020 às 09:46

O deputado federal João Carlos Bacelar Batista (Podemos-BA) afirmou que o país está em um péssimo momento da educação diante da pandemia de coronavírus. Em entrevista a Mário Kertész hoje (4), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, o parlamentar comentou a articulação para aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), aprovado após três anos em tramitação.

"São 19 meses de retrocesso na educação no MEC como grande coordenador das políticas educacionais. A pandemia está aí, vamos esquecer tudo e concentrar na pandemia. Como é que um país, nas dimensões continentais do Brasil e com mais de 5,5 mil secretários municipais de educação, 27 estaduais, o governo federal não toma uma iniciativa de coordenar primeiro as suspensões das aulas, segundo um gravíssimo problema o retorno às aulas do Brasil. Estamos colocando em risco o sistema educacional brasileiro. Há uma geração de crianças de 6 a 8 anos que pode ser conhecida depois como geração de analfabetos", declarou Bacelar.

Ainda segundo o deputado, diante do isolamento social, a alternativa da Educação à Distância não atinge todas as áreas de estudantes do país por conta da falta de estrutura. "O Brasil não tem tradição de Educação à Distância. Talvez no Norte e no Amazonas já tenha alguma avanço nessa área, mas ensino remoto também é uma balela. Como vamos fazer EAD se nossas crianças não têm computador em casa? 95% dos professores do Brasil disseram que não têm intimidade com as novas tecnologias. Querem agora que professor vire youtuber além de saber matemática e história", declarou o deputado.

"As famílias dos estudantes da escola pública moram em casas de 30, 50 m², com 10 ou 12 pessoas, sem ambiente educacional para isso. É o pai bêbado, a mãe gritando, os irmãos menores brigando. Além disso, nós não nos preparamos. Está havendo uma ruptura no sistema de aprendizagem. Educação não é só conteúdo, é escola, convívio social, disciplina e regras que a criança começa a aprender. Tudo isso está esquecido sem um norte, o país está perdido", acrescentou.

Bacelar criticou o presidente Jair Bolsonaro pela falta de articulação para garantir melhorias na educação do país. Na avaliação do parlamentar, a votação do Fundeb evidenciou que o chefe do Executivo nacional não se preocupa com a pauta. "É um presidencialismo de desleixo. É um desleixo total, ele só se preocupa com a família, com a mídia, em fazer fatos de marketing e a administração adeus. Não existe. O MEC regrediu. A volatilidade dos cargos e o rodízio de cadeiras permanente", disse o deputado. 

Questionado por MK sobre o orçamento para a Cultura do país, Bacelar citou a atual situação do Museu Nacional Da Cultura Afro Brasileira (Muncab), administrado por José Carlos Capinan. O deputado afirmou que está organizando um movimento com outros parlamentares baianos para tentar dar sobrevida ao espaço.

"Eu tenho o privilégio de ser conterrâneo dele de Esplanada. Tenho uma preocupação muito grande, estou acompanhando junto ao Ministério do Turismo a liberação de parcelas do convênio. Só liberaram duas e não a terceira. Mas também estou fazendo uma campanha entre deputados federais e senadores da Bahia para, que no orçamento de 2021, cada um de nós coloque aí 300 ou 400 mil reais que daria para manter esse museu", disse Bacelar.