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'Graças à luta construída', diz Marta Rodrigues após suspensão de chefe da Fundação Palmares

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'Graças à luta construída', diz Marta Rodrigues após suspensão de chefe da Fundação Palmares

Para vereadora, seria uma contradição Sérgio Camargo ser "racista" e ter sido nomeado chefe de uma fundação que foi resultado também da luta do movimento negro

'Graças à luta construída', diz Marta Rodrigues após suspensão de chefe da Fundação Palmares

Foto: Alexandre Galvão/ Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 05 de dezembro de 2019 às 09:04

A vereadora Marta Rodrigues (PT) disse, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (5), que a decisão de suspensão da nomeação do presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo ocorreu também graças à luta antiracista construída pelo movimento negro. Ela participou de debate junto com o vereador Suíca, que por sua vez criticou o racismo institucional no PT.

"Quero dar um salve a Zumbi, Dandara e a todo o movimento negro. Essa decisão do juiz, muito sábia, foi também graças a essa luta (antiracista) que foi construída", declarou Marta. 

Ela lembrou que a Câmara Municipal aprovou uma moção de repúdio contra a nomeação, que ocorreu durante o mês de novembro, quando ocorre o Dia da Consciência Negra, celebrado no último dia 20. Para ela, é uma contradição Sérgio ser "racista" e ter sido nomeado chefe de uma fundação que foi resultado também da luta do movimento negro.

"(Sérgio) é um negro racista e não pode assumir fundação com dimensão e importância da Fundação Palmares", acusa. 

A suspensão da nomeação foi determinada ontem (4) pelo juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará, acatou a Ação Popular proposta contra a nomeação. O magistrado registrou declarações de Sérgio Camargo.

“Se refere a Angela Davis como ‘comunista e mocreia assustadora’, em que diz nada ter a ver com ‘a África, seus costumes e religião’, que sugere medalha a ‘branco que meter um preto militante na cadeia por crime de racismo’, que diz que ‘é preciso que Mariele morra. Só assim ela deixará de encher o saco’, ou que entende que ‘Se você é africano e acha que o Brasil é racista, a porta da rua é serventia da casa'”, afirmou o juiz.