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'Estamos no país das maravilhas', ironiza MK sobre crise da pandemia no Brasil; ouça

Editorial

'Estamos no país das maravilhas', ironiza MK sobre crise da pandemia no Brasil; ouça

"Acabou a pandemia no Brasil graças à cloroquina, enquanto isso, o presidente passeia de moto. Sem máscara. Que exemplo maravilhoso, não é?", debochou

'Estamos no país das maravilhas', ironiza MK sobre crise da pandemia no Brasil; ouça

Foto: Matheus Simoni / Metropress

Por: Metro1 no dia 24 de julho de 2020 às 08:18

Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (24), Mário Kertész usou a ironia para criticar a falta de ação do governo federal em relação à pandemia do coronavírus e as atitudes controversas do presidente Jair Bolsonaro. De forma sarcástica, MK avaliou que a situação não está tão ruim assim e que "é tudo uma questão de ponto de vista".

"Todo mundo às mil maravilhas. Sua Excelência, ainda infectado pela Covid, pega a moto dele e vai passear nos jardins do Palácio da Alvorada. Parecem os jardins do Palácio de Versailles. Eu lembro de Maria Antonieta e Luís XVI, que a cabeça acabou na guilhotina. Sem máscara, Bolsonaro para pra conversar com os garis que estavam limpando os jardins palacianos. Não é engraçado isso? Eu acho. Por que não? Cidadão brasileiro, trabalha muito, chega em casa todo dia antes das seis da tarde, país vai ótimo, ontem não morreu ninguém, nunca mais morreu ninguém, empregos à vontade, acabou a pandemia no Brasil graças à cloroquina, enquanto isso, o presidente passeia de moto. Sem máscara. Que exemplo maravilhoso, não é? Para o país, para aqueles miseráveis, que estão sem emprego, sem comida, com dificuldade de receber o auxílio... Agora que eu descobri! É por causa de minha neta, que se chama Alice, minha nona neta, que está cada dia mais linda. Estamos no país das maravilhas, pessoal! Para com esse negócio de ficar só vendo o lado negativo, para!", debochou.

MK também trouxe um "olhar alternativo" para outros fatos, como a indicação de parentes de aliados de Bolsonaro para cargos no governo e o fechamento do consulado dos Estados Unidos na China.

"Eu tô vendo aqui, aliados de Bolsonaro indicam parentes para cargos no governo. O pessoal tem mania de ver o lado negativo de tudo. Estão indicando parentes porque está faltando mão de obra! (...) É isso que tá acontecendo no Brasil e a gente tá com essa mania da imprensa brasileira de ver tudo negativo! Tá faltando gente pra trabalhar, então... É claro! (...) O pessoal vê coisa negativa em tudo. Você vê: Trump fecha o consulado da China no Texas, a China fecha o consulado americano em uma cidade lá deles. Troca de amabilidades, rapaz, Trump deve ter dito que é para o presidente chinês não gastar muito. Aí o chinês, feliz da vida, disse 'oh, como você é bom, vou fechar um consulado seu aqui pra você diminuir suas despesas e ter mais chances de ser reeleito'. Na vida, tudo é assim: depende de como a gente enxerga", disse.

O pedido de desculpas do desembargador Eduardo Siqueira, que humilhou um guarda civil em Santos (SP), também não escapou das alfinetadas de MK. "Na realidade a gente tem que entender, ele ficou nervoso, exagerou, pediu desculpas ao guarda. Ora ora, por que esse exagero todo? Ele pediu desculpas. [O ministro da Cidadania, Onyx] Lorenzoni fez caixa dois, pediu desculpas. [Sergio] Moro, ainda ministro da Justiça, que quando juiz dizia que caixa dois é a pior das corrupções, mudou de ideia. Ele não é uma toupeira, toupeira é que não muda! Vai ver que ele segue Raul Seixas, 'Metamorfose Ambulante'", ironizou.

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