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'Parasita' retrata momento atual do Brasil e do mundo, diz MK; ouça

Editorial

'Parasita' retrata momento atual do Brasil e do mundo, diz MK; ouça

Mário Kertész avaliou premiação do longa sul-coreano no Oscar como "mais do que merecida" e falou sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega em uma operação policial

'Parasita' retrata momento atual do Brasil e do mundo, diz MK; ouça

Foto: Matheus Simoni / Metropress

Por: Juliana Rodrigues no dia 10 de fevereiro de 2020 às 08:42

Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (10), Mário Kertész comentou a premiação do longa sul-coreano "Parasita", de Bong Joon Ho, em quatro categorias do Oscar, incluindo "Melhor Filme". A obra aborda a desigualdade de classes no contexto de duas famílias, uma pobre e uma rica, e já foi indicada pelo próprio MK na seção "Indicações da Metrópole", no Metro1, em janeiro. Para ele, o filme retrata o momento atual da Coreia, do Brasil e do mundo.

"Engraçado, pra você ver como esse filme e alguns outros têm trabalhado em cima dessa tremenda desigualdade que a sociedade atual vive, na Coreia do Sul como aqui no Brasil, onde você tem uma classe super abastada e embaixo uma grande maioria de miseráveis. E a pergunta que fica sempre é assim: até quando esses miseráveis que sofrem tudo, que não têm oportunidade de escola, de emprego, de saúde, vão se contentar em serem apenas marginais ou soldados do crime, morrendo no início das suas juventudes? Até quando? E a elite brasileira, no meu entendimento, é a mais cruel de todas, porque quando tenta achar uma solução pra esse problema, parte pra quê? Controle da natalidade! (...) A cada marginal que morre, dez estão prontos para tomar o lugar dele. E mais: existem várias universidades de aperfeiçoamento da marginalidade, que são as penitenciárias com suas organizações. (...) O crime organizado tá cada dia mais organizado, e formando exércitos e exércitos de marginais", disse.

MK ainda falou sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, durante operação policial no interior da Bahia. "Veja o caso das milícias do Rio de Janeiro, que já se expandem para outros estados. E simbolicamente, morre numa troca de tiros aqui na Bahia um miliciano, procurado, muito ligado à família Bolsonaro. Quando estava preso por homicídio no Rio de Janeiro, ele recebeu a mais alta condecoração da Assembleia Legislativa, concedida pelo então deputado Flávio Bolsonaro, que foi entregar na penitenciária. Veja bem: sujeito preso, recebe a mais alta condecoração e o deputado, hoje senador, vai lá e entrega na penitenciária. (...) Coincidentemente, descobriram esse miliciano no sítio de um vereador do PSL, que era o partido de Bolsonaro. Pode ser uma mera coincidência. Muita gente começa a falar em quê? Queima de arquivo, esse sujeito sabia muito", analisou.

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