Editorial
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MK comenta índices de violência contra a mulher e diz que censura é 'inaceitável'; ouça
Em comentário na Rádio Metrópole, Mário Kertész ainda avaliou que a filosofia do atual governo contribui para aumentar as agressões motivadas por questões de gênero
Foto: Tácio Moreira / Metropress
Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (9), Mário Kertész se disse "abalado" com a informação de que o Brasil registra um caso de agressão a mulheres a cada quatro minutos, segundo dados do Ministério da Saúde analisados pela Folha. MK ressaltou que a motivação das agressões é "cultural e machista", mas avaliou que, embora os casos já sejam registrados há muito tempo, a filosofia do governo do presidente Jair Bolsonaro acaba por favorecer tais comportamentos.
"A gente não pode, também, sair dizendo [que começou com ele], e muita gente que é contra o governo Bolsonaro acha que é esse o caminho (...) Mas esse tipo de filosofia, de ser contra gêneros, de dizer que mulher é isso e aquilo, que não pode ganhar o mesmo que os homens, quer dizer (...) esse tipo de forma de se falar só faz favorecer esse ambiente de mais violência contra a mulher", disse.
MK também repudiou a tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de censurar obras com temática LGBT na Bienal do Livro. Para ele, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, "até que enfim teve uma boa decisão" ao suspender a censura.
"É censura disso, é censura daquilo, daqui a pouco volta a censura de tudo. Cinema agora não pode ter mais nenhum tipo de filme que envolva erotismo, identidade de gênero, nada disso. A Delegacia de Jogos e Costumes na qual o Brasil está querendo se transformar é inaceitável. Em nome da família? Olhe, quem quer conhecer bem a família brasileira, com suas podridões, é só ler Nelson Rodrigues, que está mais atual do que nunca. 'A Vida Como Ela É', porque essa é a vida como ela é. Mas parece que nós somos atacados por uma hipocrisia coletiva que faz com que a gente queira posar de honesto", afirmou.
Kertész também disse que não se sente otimista em relação ao Brasil de hoje. Em sua avaliação, os ataques à cultura, à ciência e à educação "têm o objetivo claro de fazer com que o país ande para trás, simplesmente em nome de 'despetizar' o país".
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