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Domingo, 24 de março de 2024

Bahia

Após receber cloroquina de Bolsonaro, Porto Seguro não tem unidade para fornecer remédio 

"A responsabilidade é do ministério e dos médicos que prescreverem. Não está proibido o uso. Apenas não faz parte do nosso protocolo de dispensação", afirmou Vilas-Boas

Após receber cloroquina de Bolsonaro, Porto Seguro não tem unidade para fornecer remédio 

Foto: Divulgação

Por: Alexandre Galvão no dia 03 de julho de 2020 às 14:40

O município de Porto Seguro, na Bahia, recebeu hoje (3) 40 mil doses de cloroquina, enviadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, após pedido da médica Raissa Soares. 

Nas redes sociais, imagens de caixas onde, supostamente, estão os medicamentos têm circulado. O carregamento é recebido por populares e pela médica, que faz uma oração. Procurada pelo Metro1, a secretaria de Saúde da Bahia afirmou que a cidade não tem unidade com farmacêutico, única forma de se obter o remédio após regulamentações. 

Secretário da pasta, Fábio Vilas-Boas afirmou que o governo não tomará medida para impedir a distribuição do medicamento. "A responsabilidade é do ministério e dos médicos que prescreverem. Não está proibido o uso. Apenas não faz parte do nosso protocolo de dispensação", afirmou. 

Questionado sobre as imagens, onde pessoas aparecem já com as caixas, Vilas-Boas foi breve: “cada um responde por seus atos”. 

Apesar da defesa do medicamento feita pelo presidente Jair Bolsonaro, que não é médico, países e especialistas do Brasil alertam para o uso do fármaco, a exemplo do Canadá.

“A cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais graves. Estes medicamentos só devem ser utilizados sob a supervisão de um médico”, advertiu a Agência de Saúde Pública do Canadá em uma atualização publicada no sábado em seu site.

A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) também divulgou um alerta semelhante em relação a estes medicamentos, cujo uso foi exaltado pelo presidente Donald Trump.

A FDA observou que esses produtos não podem ser utilizados “fora dos hospitais ou dos ensaios clínicos, devido aos transtornos no ritmo cardíaco” que podem gerar.