Record é obrigada a recontratar repórter demitido com doença: “vitória emblemática”

A Rede Record terá que recontratar o jornalista Arnaldo Duran após uma liminar concedida pela 89ª Vara do Trabalho de São Paulo, nesta segunda-feira (6). Ele foi demitido entre o natal e o réveillon de 2023, durante tratamento da ataxia espinocerebelar do tipo 3, uma doença degenerativa do sistema nervoso, também chamada de síndrome de Machado-Joseph ou "doença do tropeção". 

Duran entrou na Justiça do Trabalho contra a emissora. Seu advogado, Dr. Kiyomori Mori, confirmou a decisão judicial pela reintegração do repórter à empresa. A Record já recebeu a notificação de que terá 48 horas para fornecer não só uma nova vaga ao funcionário, como também restabelecer o seu plano de saúde.

A juíza responsável pelo caso considerou o tratamento da Record ao jornalista como uma “ofensa à dignidade do trabalhador”. Mori classificou a decisão da Justiça como uma “vitória emblemática”. Afinal, o resultado do processo poderá abrir portas para decisões favoráveis aos trabalhadores que sofrem ou já sofreram com problemas semelhantes.

Até o momento, a Record não se pronunciou sobre a decisão judicial. Caso a emissora se negue a cumprir a reintegração de Arnaldo Duran, terá que pagar uma multa diária de R$ 50 mil.